terça-feira, 31 de julho de 2012

Outra Antiga Aluna


Maria de Lourdes Ruivo da Silva Matos Pintasilgo nasceu em Abrantes a 18 de Janeiro de 1930 e morreu em Lisboa a 10 de Julho de 2004, foi engenheira química, dirigente eclesial e política. Foi a única mulher que desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal, tendo chefiado o V Governo Constitucional, em funções de Julho de 1979 a Janeiro de 1980. Foi também a segunda mulher primeiro-ministro em toda a Europa, dois meses depois da tomada de posse de Margaret Thatcher.

Maria de Lurdes Pintasilgo nasceu na freguesia de São João, Abrantes, filha de Jaime de Matos Pintasilgo (1897-1959), empresário ligado à indústria de lanifícios da Covilhã, e Amélia do Carmo Ruivo da Silva Matos Pintasilgo (1899-1982), doméstica. Cresceu numa família alargada, não cristã, agnóstica. Em 1933, nasceu o segundo filho do casal, José Manuel Matos Ruivo da Silva Pintasilgo. José Manuel enveredou pelo jornalismo. Casou com Maria dos Prazeres tendo falecido em 1985, sem deixar descendentes. Em 1937, a família de Maria de Lourdes Pintasilgo abandonou Abrantes e instalou-se em Lisboa. Maria de Lourdes realizou a instrução primária numa escola particular da Av. Almirante Reis, o"Colégio Garrett". Em 1940, ingressou no "Liceu D. Filipa de Lencastre". Terminou em 1947 o curso secundário como melhor aluna do liceu, por dois anos consecutivos obteve o Prémio Nacional.

Em 1953, com 23 anos, licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial, pelo "Instituto Superior Técnico de Lisboa", numa época em que eram poucas as mulheres que enveredavam pela área da engenharia. Entre os 250 alunos do seu curso, apenas 3 eram mulheres. Iniciou a sua carreira profissional, em 1953, como investigadora na "Junta Nacional de Energia Nuclear", e em 1954, foi nomeada chefe de serviço no Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Companhia União Fabril (CUF), que aceitou pela primeira vez uma mulher nos seus quadros técnicos superiores. Em 1957, depois de uma passagem pelos Estados Unidos da América, fundou em Portugal, com Teresa Santa Clara Gomes, o movimento internacional "Graal". Em 1969 recusou o convite do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, para integrar a lista de deputados à Assembleia Nacional. Depois da revolução do 25 de Abril de 1974, foi nomeada secretária de Estado da Segurança Social no I Governo Provisório. Ocupou como ministra a pasta dos Assuntos Sociais nos II e III Governos Provisórios, e em 1975 foi nomeada embaixadora junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ali permanecendo durante quatro anos. Foi depois eleita como membro do Conselho Executivo da UNESCO, por proposta dos países ocidentais, durante a Conferência Geral de 1976, realizada em Nairobi, pelo reconhecimento das suas capacidades na resolução de problemas difíceis e pelo seu conhecimento profundo em matérias como ciência, educação e cultura.

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