quarta-feira, 17 de agosto de 2011

NA HORA DA MORTE DE UM AMIGO

Morreu o meu mais antigo e maior amigo do Liceu.
Conhecemo-nos aos 12 anos e logo fundámos uma amizade baseada no Eça, no Woody Allen, no Rock, em mais dois ou três pilares essenciais, e outras tantas coisas boas desta vida. Além disso, partilhava com ele — como com mais ninguém — um sentido de humor muito nosso. Temos também em comum extraordinárias histórias que vivemos em conjunto. Aliás, contadas ninguém acredita. O Duarte Nunes de Almeida era daquelas especialíssimas pessoas a quem ninguém conseguia ficar indiferente. Possuía uma inteligência brilhante, uma sensibilidade apurada e um requintado bom-gosto. Amava as mulheres e tudo o que de bom havia neste mundo. Era, ainda, uma força da Natureza. Por estas e por outras, viverá para sempre na memória de quem teve o privilégio de com ele conviver.
Por mim, agradeço-te todos os inesquecíveis momentos que tivemos, Duarte. Até sempre. Deus te guarde.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Duarte Nunes de Almeida - 1966-2011


UM GRANDE AMIGO,
UM GRANDE COMPANHEIRO,
UM GRANDE "FILIPADO",
UM DE NÓS.



ATÉ SEMPRE (PARA O DUARTE NUNES DE ALMEIDA)

Laura Harring e Naomi Watts em Mulholland Drive (2001) de David Lynch


CAMINHADA EM ABERTO OU ESTRADA SEM FIM À VISTA


Este postal ilustrado aqui publicado com uma morena e uma loira deve ser visto e revisto com ajuda de um manual de instruções para abertura de caixas azuis que podem tornar-se de pandora sem mais nem menos nem demora e à mesma velocidade da troca de identidades ou de cores de cabelos na roda que roda da vida aparentemente tranquila mas que subitamente dispara e já não pára enquanto dura a música planante que vem de outro planeta à velocidade da luz que ilumina esta bela cena e projecta sombras lá para onde se escondem terríveis seres lunares ou só a continuação do nosso inacessível lado obscuro habitado por um inconfessável objecto de desejo e antes que se gaste a tinta ou que rebentem as teclas sob o meu violento martelar cadenciado vou parar se conseguir pois o balanço é muito e a memória que foi quase toda gasta na recordação desta história já não dá sinal do local dos travões para abrandar esta nave lançada em alta aceleração rasgando as trevas nocturnas com clarões sensuais próprios das melhores tempestades da cidade dos sonhos e por isso isto quedar-se-á apenas por falta de gás não sem antes dizer que esta conversa toda vai direitinha para quem a conseguir apanhar mas aviso já previamente que é recomendada principalmente a jogadores e reconstrutores de puzzles e conhecedores e manipuladores do subconsciente e assim sendo dirige-se muito especialmente de mim para o Duarte Nunes de Almeida.


Nota: Porque me faltam as palavras, republico este postal que escrevi no Eternas Saudades do Futuro em 30.03.2007.