Foram muitas as horas, muitos e muitos os km’s em cima dela, muitos aqueles que transportou (chegou a levar 4 no saudoso trajecto Jet Set – Quinta da Marinha), foram também muitos os que nela aprenderam a andar de mota e muitas as histórias a que assistiu, raramente nos deixava apeados, esta, para mim histórica, Casal Boss, com a matricula 3 LRS-37-69.
Lembro-me com saudade um memorável picanço entre mim e o LAS (tb. de Boss), da Urquinha à Qtª da Marinha, no qual o meu pendura João Marchante vencido pelo cansaço da noite adormeceu a meio da corrida. Estávamos na Rotunda de Birre, no auge, prego a fundo, toques na embraiagem, as motas não davam mais, um contorna a rotunda pela esquerda, o outro pela direita, de repente sinto a mota mais leve, desequilibro-me, vejo um vulto passar a toda a velocidade ao meu lado e a estatelar-se no chão, o João tinha acabado de dar um mortal, talvez o único até hoje, solidário, também fui cheirar o alcatrão, levantei-me de imediato, olhei para ele e ouvi o valente pendura perguntar: Mas o que é que se passa aqui?
Uma outra vez estávamos sentados no varão do Filipa, chegou uma equipa da RTP a pedir pessoas com motas para um programa que estavam a realizar (Porque Hoje é Sábado) e lá fomos nós, eu o Duarte Nunes de Almeida, o Luís Paulo, a Mariana e mais alguns, conhecíamo-nos mal, ficámos amigos até hoje, ganhámos uns tostões e fomos “capa” de programa durante um ano.
Como se tivesse sido ontem, também me lembro do João Carlos a aprender andar de mota nesta Boss. Expliquei-lhe a invariável regra, 1ª para baixo, o resto, tudo para cima; montou-a junto do jardim do Filipa, arrancou, não meteu a 2ª, quando quis travar apertou na embraiagem, a lambreta soltou-se, ganhou um pouco de velocidade e parou no muro do Liceu. Dos que assistiram a esta cena poucos vaticinaram que este rapaz se viesse a tornar num dos mais célebres motares entre os Filipados. Pouco tempo depois já tinha a sua mota, uma RD. Penso que nunca mais parou, mas não vejo há muito tempo.
Neste primeiro post sobre a minha Boss ficaram muitas histórias para contar, outras oportunidades haverão, por hoje chega que já se faz tarde, num entanto saúdo aqui o meu pendura de estimação o TMC, e o pessoal das Boss’s, a C.P.L., L.A.S, J.P.L., etc. e todos os restantes motares da época, para além do nosso amigo, agora espanhol, J.S.B. que foi o único que comigo se magoou (fractura exposta no braço).
2 comentários:
Inolvidáveis histórias essas, Grande Miguel, especialmente — cá para mim, como não podia deixar de ser — a que me "toca". Só é pena o nosso TMC continuar sem dizer nada; e que memória(s) ele tem...
Carissimos amigos,
A memória, aliás como tudo, já não é a que era (ehehehehe)
Fui sem dúvida, nessa noite, bafejado pela sorte, pois normalmente quem tratava o alcatrão por tu era o nosso amigo LAS, sendo o MXB um verdadeiro perito na arte de condução motociclistica. Mas embuido de enorme espirito de missão, aceitei ceder o meu lugar (quase cativo) na moto do MXB e tomei lugar na (não sei o que lhe chamar, mas moto parece-me um exagero) do LAS ( a propósito, de que marca seria, pois a panóplia de peças de marcas diferentes era demais). E contra todas as probabilidades estatisticas, pondo mesmo em duvida as leis naturais de movimentação dos corpos, eis senão que vejo um pendura a quase passar por cima do seu condutor; foi sem duvida um grande salto na noite.
Assunto motos-LAS devia ter direito a blog próprio, tal a quantidade de eventos ocorridos...
Nunca me irei esquecer de uma viagem Sintra - Quinta da marinha em que caímos tres vezes, e que como comissão de recepção apanhei com uma bomba de carnaval no pescoço........
- Luis olha os travões...
- Quais travões, está tudo bem
- Luis olha os travões...
- Já disse que está tudo bem
- Luis olha a camioneta
- Ai..ai... os travões....
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