Pára tudo!
Afinal escrevi apenas infâmias despropositadas para atingir objectivos sórdidos, egoístazinhos e viciosos!
Estamos a um mês do fim das celebrações dos 75 anos do Liceu e é a maior loucura jamais vista!
Há uma electricidade no ar.
A motivação é generalizada!
Louve-se o Senhor! Venha o Patriarca, o Presidente e até o Ministro!
Faça-se a lápide! Cante-se o hino!
Hasteie-se a bandeira!
A Ínclita Geração está na rua!
Todos gritam:
"Mas, pera defensão dos Lusitanos,
Deixou, quem o levou, quem governasse
E aumentasse a terra mais que dantes:
Ínclita geração, altos Infantes." ( Lusiadas, Canto IV, estância 50)
E canta-se o Poeta:
D. FILIPA DE LENCASTRE
Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?
Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Gral,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal!"
Todos desfilam ao som das bandeiras!
Segue o cortejo na avenida desenhada a régua e esquadro!
E grita-se nas ruas!
Repicam os sinos das Igrejas!
As estrelas caem cadentes, luminosas, professando mil desejos do Portugal a cumprir!
Todo o espírito se levanta e tremem os ares num frémito de louvor!
Nunca uma evocação se fez tão dignamente
Nunca se amou tão verdadeiramente!
À noite, canta-se à volta da fogueira onde profetizam todos os autos de fé a importar
Queimam-se as bruxas,
Os que afirmam que a terra é redonda
Que a Terra gira à volta do Sol
Que ousam falar
Que olham de Sagres
Que vão ao Mar
À Madeira, Açores e até cabos dobraram!
E o Tejo que se agita com as suas Ninfas inspiradoras de toda a arte.
Distribuam-se flores, doces e vinho
Que se cante, dance e glorifique-se!
Morra quem insista ousar!
Quem pense que pode pensar!
Quem diga que tem voz
Quem apresente braços para trabalhar
Quem diga, tão somente, eu!
Viva o stablishment! Vivam os "nós!"
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