terça-feira, 14 de maio de 2013
Margarida Rebelo Pinto
Margarida Rebelo Pinto – Tenho três costados alentejanos, só um é que não é. A minha infância foi passada no Alentejo, Ribatejo, São Martinho do Porto. E muito Algarve nos anos 70. Eu acho que tive uma infância e uma adolescência muito ricas, apesar de ter tido uma educação muito burguesa, porque contactei com muitos universos diferentes. E sempre vivi muito de todos esses universos. Estamos a falar de aulas de ténis no Benfica, até aulas de equitação no Jockey – são mundos muito diferentes, com pessoas diferentes. Depois, andei em três liceus diferentes. Como era uma eterna insatisfeita, estava um ou dois anos num liceu e fartava-me e pedia para mudar: andei no Filipa de Lecantre, no Maria Amália e no D. Pedro V. Depois andei em duas universidades diferentes: fiz o primeiro ano de Letras, não gostei do ambiente; fiz dois anos de Direito, gostei do ambiente mas não gostei do curso, voltei para Letras na mesma faculdade. E lá, Ana Mafalda Leite, que é escritora, foi minha professora de Introdução aos Estudos Literários. Ela, a seguir ao meu primeiro teste, percebeu logo que eu ia ser escritora. Foi comigo à livraria e comprou-me ‘As cartas a um jovem poeta’, do Rilke, e disse-me: “lê isto porque tu vais ser escritora”.
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1 comentário:
Após ler este pequeno relato de viagem por diversas instituições de ensino, confirmei que afinal eu tinha conhecimento da Margarida no mesmo liceu que frequentei anos atrás. Fico contente pelo feito.
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