Realizador de Garganta Funda morreu ( do Público)29.10.2008 O realizador de origem italiana Gerard Damiano, autor do mítico filme pornográfico Garganta Funda, morreu no sábado, em Miami, EUA, aos 79 anos, vítima de complicações cardiovasculares. O cineasta dirigiu cerca de 50 filmes pornográficos, mas é por esse filme que ainda hoje é recordado.
Emblemático e marcante, não só no seu género, mas na história do cinema em geral, Garganta Funda destacou-se no início dos anos 70 ao apresentar uma ideia de argumento singular - centra-se numa mulher cujo clítoris se localiza na garganta - transformando-se num inesperado fenómeno de culto, gerando de imediato defensores e detractores, e invadindo com rapidez os domínios da cultura popular de massas, um feito único para um filme pornográfico, tendo em atenção a época.
Rodado em 1972, em apenas seis dias, e protagonizado por Linda Lovelace, tornou-se num fenómeno mundial por ter sido a primeira longa-metragem pornográfica exibida em cinemas tradicionais. Foi visto por mais de dez milhões de pessoas e arrecadou mais de 600 milhões de dólares, sendo um dos filmes mais lucrativos de sempre, pois a sua produção custou apenas 25 mil.
O sucesso da obra foi acompanhado por grandes polémicas. Foi banido de vários estados dos EUA e alvo da ira de grupos religiosos, tendo o actor Harry Reems, que fazia o papel de médico, sido alvo de inúmeros processos. Damiano era conhecido por atribuir grande importância ao argumento, num género que tradicionalmente despreza a narrativa.
O realizador serviu de inspiração para o personagem interpretado por Burt Reynolds no filme Boogie Nights, um criador de filmes pornográficos que procurava o reconhecimento artístico. A expressão "garganta funda" designava a fonte jornalística que desencadeou o "caso Watergate", que culminou com a demissão do presidente norte-americano Richard Nixon. Mais de 30 anos depois as repercussões desta obra singular ainda se fazem sen-tir. A prova é o documentário Dentro de Garganta Funda, visto em Portugal há três anos, e que pretendia reflectir o impacto artístico e sociológico da obra.
2 comentários:
Que merda ...que mundo injusto !
Eu tinha percebido que tinhas mencionado a meia duzia de horas, mas era importante acrescentar isso, não te parece?
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