terça-feira, 31 de julho de 2012

Helena Cabeçadas


As greves e o movimento estudantil de 1962 despertaram-me para a política e para a luta anti-fascista. Nessa altura eu tinha 14 anos e estava no Liceu D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, mas a minha irmã mais velha já estava no 1º ano do Técnico e participava com entusiasmo no movimento estudantil de contestação ao regime. Eu e algumas das minhas amigas, da mesma idade, fugíamos do Liceu para ir assistir aos plenários, na Cidade Universitária. Não estávamos integradas no movimento associativo liceal e tínhamos imensa pena de não estar ainda na Universidade. Tentávamos disfarçar que vínhamos do Liceu, as batas enroladas dentro das pastas, com receio que os universitários nos mandassem embora. E ficávamos quase em êxtase a ouvir os dirigentes associativos de então, os seus discursos inflamados, tanto mais apreciados quanto mais radicais.

1.   Habilitações Académicas
Licenciatura em Ciências Sociais, opção de Antropologia, pela Faculdade de Ciências Sociais, Políticas e Económicas da Universidade Livre de Bruxelas.
Pós-graduação em Ciências do Trabalho, secção de Organização e Psicossociologia do Trabalho, pelo Instituto do Trabalho da Universidade Livre de Bruxelas.
Bolseira da Fundação Cultural Luso-Americana (Fulbright) na Universidade de Pennsylvania, na área da Comunicação Intercultural.
Mestrado em Antropologia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

2. Experiência Profissional
Institut Universitaire de Sondages d’Opinion (Université Libre de Bruxelles)
Institut de Sociologie de l’Université Libre de Bruxelles
Ensino:  Instituto Superior do Serviço Social (Lisboa)
              Escola Superior de Enfermagem (Macau)
              Universidade da Ásia Oriental (Macau)
              The Chinese University of Hong Kong
              Instituto Superior de Psicologia Aplicada (Lisboa)
              Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa)
              Universidade Lusíada (Lisboa)
Centro de Estudos e Profilaxia da Droga/Instituto da Droga e da Toxicodependência: Comunidade Terapêutica/ Consulta Externa/ Terapia Familiar/ Prevenção Primária das toxicodependências.
Philadelphia Psychiatric Center/ Drug Treatment Program (Filadélfia/ Estados Unidos)
Philadelphia Child Guidance Clinic/ Family Therapy Training Center (Estados Unidos)
Direcção dos Serviços de Saúde de Macau: Toxicodependência e Saúde Mental.
Social Research Center (The Chinese University of Hong Kong).
Consultadoria: Asia Consult (Condições de Habitação/ Macau)
                        Consulplano (Planos Directores Municipais)
                        UNESCO (Comunicação Intercultural)
                        Câmara Municipal de Lisboa (Plano Municipal de Prevenção da toxicod.)
Implementação, Acompanhamento, Supervisão e Avaliação de Projectos de Prevenção Primária da Toxicodependência.
Psicoterapia Individual e em Grupo de Toxicodependentes e suas Famílias.
Coordenação do Projecto Europeu AC Company (Drugs, Immigration and Culture)
Investigação na área da Antropologia Clínica/ Droga e Cultura/ Comunidades Terapêuticas/ Rituais Terapêuticos numa perspectiva comparada e transcultural: publicações várias em revistas científicas nacionais e europeias.

Maria de Lurdes Modesto




Maria de Lurdes Modesto 
[Beja, 1930] 
Maria de Lurdes Modesto



Maria de Lurdes Modesto distinguiu-se nas artes da culinária.
Nesta área foi professora em várias escolas, nomeadamente no Liceu de D. Filipa de Lencastre, no Centro Universitário de Lisboa, no Liceu Francês Charles Lepierre e na Escola de Dietistas de Coimbra, onde, de 1982 a 1988, leccionou a cadeira de Técnica Culinária.
Ganhou notoriedade pública nos anos cinquenta e sessenta com um programa na Rádio Televisão Portuguesa, tendo também na mesma estação televisiva apresentado, uns anos mais tarde, programas de culinária de prevenção de doenças cardiovasculares.

Membro fundador e responsável até 1988 pelo pelouro da alimentação (vertente culinária) da Fundação Portuguesa de Cardiologia, foi ainda consultora do Instituto Português de Cardiologia Preventiva de 1986 a 1990.

Assinou colaborações em diversos jornais e revistas, destacando-se os seus escritos publicados noDiário de Lisboa, no Diário Ilustrado, em Mulher d' HojeA CapitalO Tempo e Marie Claire. Foi também colaboradora da Rádio, onde manteve programas de gastronomia na Rádio Renascença (durante seis anos) e na Rádio Difusão Portuguesa/Rádio Comercial (durante onze anos).

Grande divulgadora e defensora da cozinha regional portuguesa, organizou e participou em vários certames gastronómicos em várias estações de televisão mundiais, nomeadamente nas televisões do Canadá, Estados Unidos, Itália, Luxemburgo, Macau e Suíça. É responsável pela versão portuguesa de muitas obras estrangeiras sobre culinária.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998

Isabel de Castro


ISABEL DE CASTRO A PROTAGONISTA DO FILME "FOGO"

Blogue de pauloborges :OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS, ISABEL DE CASTRO A PROTAGONISTA DO FILME 'FOGO'
Isabel de Castro, aliás Isabel Maria Bastos Osório de Oliveira, de seu nome completo, nasce em Lisboa a 1 de Agosto de 1931. Frequenta a Escola da Câmara do Castelo, bairro onde nasceu. Mais tarde após terminar a instrução primária, ingressa no Liceu D. Filipa de Lencastre. Desde novinha sentia uma enorme atracão pelo cinema e pelo teatro, por isso não faltava nenhum domingo ao cinema do bairro onde vivia. Os seus pais também a levavam regularmente a ver as peças infantis do Teatro Nacional D. Maria II, onde Isabel de Castro assistia às representações, verdadeiramente extasiada. Por isso, o seu sonho passou a ser em tornar-se actriz. Outra das suas paixões era a dança. Por isso utilizava os fatos que a mãe, a cantora Raquel Bastos, vestia para as suas actuações no Coliseu, e dançava ao som dos ritmos musicais do aparelho da telefonia. Mas apesar do seu desejo pelo mundo das artes, os seus pais não concordavam muito com essas ideias. Os seus sonhos tornaram-se realidade, quando certo dia, quando menos esperava, deparou-se-lhe numa revista a tão desejada possibilidade. Tratava-se de um anúncio dum concurso cinematográfico, realizado pela revista «EVA», destinado a raparigas entre os quinze e vinte anos para entrarem no filme «Ladrão Precisa-se». Era como um apelo imperioso do destino. Mas o que acontece é que a jovem Isabel tinha apenas 13 anos, e como tal, a sua idade não lhe dava entrada na competição. O desejo de se tornar actriz era tão forte, que a pequenita mentiu, mas uma mentira perdoável. Afirmou ter 14 anos e como tal, permitiram-lhe entrar no concurso. Dias depois, é chamada para prestar uma série de provas, findas as quais, é lhe pedido para aguardar a resposta. A resposta não tardou a chegar. Recebe dias depois a resposta pelo correio, onde dizia: “Faça o favor de apresentar-se no «Estúdio» sexta-feira, dia 3, a fim de tomar parte na filmagem de uma cena.”
E foi assim que Isabel de Castro se estreou no cinema, desempenhando um pequeno papel no filme de Jorge Brum do Canto, «Ladrão, Precisa-se».

Alice Vieira


Alice Vieira (1943)

Alice de Jesus Vieira Vassalo Pereira da Fonseca nasceu a 20 de Março de 1943 em Lisboa. Por imposição familiar, só aos 10 anos é que começou a ir à escola, tendo vivido quase toda a infância rodeada de adultos. Frequentou o Liceu Filipa de Lencastre e licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa, tendo começado a sua carreira de jornalista em 1969. Colaborou com o Diário de Lisboa, o Diário Popular e o Diário de Notícias, onde dirigiu o suplemento infantil Catraio. Em 1964 editou o seu primeiro livro de poesia, intitulado De estarmos vivos. Em 1979 publicou o seu primeiro livro infanto-juvenil, Rosa, Minha Irmã Rosa, escrito para os seus filhos, que arrebatou logo o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança. Desde então não parou mais e desde 1990 que se dedica apenas à literatura, tendo já editado cerca de 50 títulos.
Entre os prémio mais importantes que recebeu, contam-se o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil de 1983, por Este Rei que Eu Escolhi, e o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra, de 1994. Foi indicada por várias vezes como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen e ao Astrid Lindgren Memorial Award.

Outra Antiga Aluna


Maria de Lourdes Ruivo da Silva Matos Pintasilgo nasceu em Abrantes a 18 de Janeiro de 1930 e morreu em Lisboa a 10 de Julho de 2004, foi engenheira química, dirigente eclesial e política. Foi a única mulher que desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal, tendo chefiado o V Governo Constitucional, em funções de Julho de 1979 a Janeiro de 1980. Foi também a segunda mulher primeiro-ministro em toda a Europa, dois meses depois da tomada de posse de Margaret Thatcher.

Maria de Lurdes Pintasilgo nasceu na freguesia de São João, Abrantes, filha de Jaime de Matos Pintasilgo (1897-1959), empresário ligado à indústria de lanifícios da Covilhã, e Amélia do Carmo Ruivo da Silva Matos Pintasilgo (1899-1982), doméstica. Cresceu numa família alargada, não cristã, agnóstica. Em 1933, nasceu o segundo filho do casal, José Manuel Matos Ruivo da Silva Pintasilgo. José Manuel enveredou pelo jornalismo. Casou com Maria dos Prazeres tendo falecido em 1985, sem deixar descendentes. Em 1937, a família de Maria de Lourdes Pintasilgo abandonou Abrantes e instalou-se em Lisboa. Maria de Lourdes realizou a instrução primária numa escola particular da Av. Almirante Reis, o"Colégio Garrett". Em 1940, ingressou no "Liceu D. Filipa de Lencastre". Terminou em 1947 o curso secundário como melhor aluna do liceu, por dois anos consecutivos obteve o Prémio Nacional.

Em 1953, com 23 anos, licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial, pelo "Instituto Superior Técnico de Lisboa", numa época em que eram poucas as mulheres que enveredavam pela área da engenharia. Entre os 250 alunos do seu curso, apenas 3 eram mulheres. Iniciou a sua carreira profissional, em 1953, como investigadora na "Junta Nacional de Energia Nuclear", e em 1954, foi nomeada chefe de serviço no Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Companhia União Fabril (CUF), que aceitou pela primeira vez uma mulher nos seus quadros técnicos superiores. Em 1957, depois de uma passagem pelos Estados Unidos da América, fundou em Portugal, com Teresa Santa Clara Gomes, o movimento internacional "Graal". Em 1969 recusou o convite do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, para integrar a lista de deputados à Assembleia Nacional. Depois da revolução do 25 de Abril de 1974, foi nomeada secretária de Estado da Segurança Social no I Governo Provisório. Ocupou como ministra a pasta dos Assuntos Sociais nos II e III Governos Provisórios, e em 1975 foi nomeada embaixadora junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ali permanecendo durante quatro anos. Foi depois eleita como membro do Conselho Executivo da UNESCO, por proposta dos países ocidentais, durante a Conferência Geral de 1976, realizada em Nairobi, pelo reconhecimento das suas capacidades na resolução de problemas difíceis e pelo seu conhecimento profundo em matérias como ciência, educação e cultura.

Antiga Aluna


1930 – Nasce, em 7 de Julho, em Ribeirão Preto, no Brasil, onde os seus pais viviam então, sendo a mais nova de quatro irmãos.
1938 – Morte repentina do pai, cuja falta sentirá profundamente, sobretudo durante a infância e a adolescência.

1939 – Entra para o Colégio Académico, em Lisboa, onde faz a 3ª e a 4ª classes.
1941 – Ingressa no Liceu D. Filipa de Lencastre, onde permanece até completar o antigo 5º ano do liceu.
1946 – Inicia actividade como escriturária, primeiro na Junta Nacional da Cortiça e depois na Federação das Caixas de Previdência / Habitações Económicas.
Primeiro casamento que terminará com divórcio em 1950.
1951 – Casa com Nuno Teotónio Pereira, do qual vem a ter três filhos: Luísa, Miguel e Helena. A quarta, que deveria chamar-se Catarina, morreu pouco antes do parto.
1956 – Converte-se ao catolicismo.
1958 – Desde a campanha de Humberto Delgado e, de um modo muito especial a partir de 1963, teve uma actividade política muito intensa e ininterrupta.
1963 – Publica o livro de poemas Mão Aberta (*) e lança a colecção juvenilNosso Mundo.
1969 – É uma das grandes impulsionadoras da criação da CNSPP (Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos).
1970 – Início de nova gravidez, com imposição de repouso absoluto.
1971 – Depois de alguns dias de internamento hospitalar, sofre um edema pulmonar agudo, do qual resulta a morte de Catarina. No dia 23 de Abril, novo edema e morte de Natália durante o parto.